Febre Maculosa, a cidade de Campinas (SP) realizou um mapeamento minucioso das áreas de risco para conter a febre, após a trágica ocorrência de três mortes causadas pela doença
A dentista Mariana Giordano, de 36 anos, o empresário e piloto de Fórmula C300 Douglas Costa, de 42 anos, e Evelyn Santos, de 28 anos, faleceram após serem infectados. Essas três pessoas estiveram presentes em um evento realizado na Fazenda Santa Margarida, no distrito de Joaquim Egídio, em 27 de maio.
Além desses casos, uma adolescente de 16 anos que também participou da festa faleceu na noite de terça-feira (13) com suspeita de febre maculosa. Até o momento, os resultados dos exames do Instituto Adolfo Lutz para confirmar ou descartar o diagnóstico ainda não foram divulgados.
O mapeamento conduzido pela prefeitura identificou pelo menos 12 áreas ou regiões de risco para febre maculosa na cidade de Campinas. Essas áreas incluem locais como:
- Lagoa do Taquaral,
- Lago do Café,
- Parque Ecológico,
- Parque das Águas,
- Parque Botânico,
- Lagoa do São Domingos,
- Lagoa do Mingone,
- Fazenda Chapadão,
- Ouro Verde,
- Joaquim Egídio,
- Sousas,
- Barão Geraldo.
Segundo as autoridades, essas áreas já registraram casos de infecção pela febre maculosa, o que as coloca na categoria de risco.
Para conscientizar a população sobre as áreas de risco, a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) de Campinas, Andrea von Zuben, explicou que o carrapato-estrela, transmissor da febre maculosa, é encontrado apenas em áreas de grama e não se desloca para outras superfícies. Portanto, é crucial evitar áreas com grama para minimizar o risco de contrair a doença.
Quais medidas tomar sobre a Febre Maculosa ?
A febre maculosa tem sido um desafio persistente na região de Campinas e Piracicaba há mais de 20 anos. As autoridades de saúde tentaram várias medidas para controlar o carrapato-estrela, porém sem sucesso até o momento. A erradicação do vetor da doença é especialmente difícil em países tropicais, onde não existem experiências bem-sucedidas nesse sentido.
O surto de febre maculosa na Fazenda Santa Margarida chamou a atenção das autoridades. O evento “Feijoada do Rosa”, tradicional há 22 anos, foi realizado na fazenda e contou com a presença de várias pessoas, incluindo as vítimas fatais. Em resposta aos casos ocorridos, a Prefeitura de Campinas determinou a suspensão de novos eventos na fazenda. A fazenda só poderá retomar suas atividades após apresentar um plano de contingência ambiental e de comunicação, garantindo a segurança dos participantes.
Tanto a fazenda quanto a organização do evento se pronunciaram sobre o ocorrido. A Fazenda Santa Margarida assegurou que sempre cumpriu rigorosamente as exigências da Vigilância Sanitária e colocou-se à disposição das autoridades para auxiliar nas investigações. A organização do evento expressou solidariedade aos amigos e familiares das vítimas, destacando que não há relação direta entre as atrações oferecidas no evento e as causas anunciadas.
A febre maculosa é uma doença infecciosa, aguda e variável em gravidade, causada por bactérias do gênero Rickettsia e transmitida principalmente pela picada do carrapato-estrela. Os sintomas iniciais, como febre alta, dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos, diarreia, dor muscular constante e inchaço nas palmas das mãos e sola dos pés, podem ser confundidos com outras doenças febris. É fundamental que as pessoas que vivem ou visitam áreas de transmissão estejam atentas a qualquer sinal de sintomas e procurem atendimento médico imediatamente, informando sobre a possível exposição à febre maculosa.
Em Campinas, a febre maculosa tem sido uma preocupação constante, juntamente com Piracicaba, devido ao alto número de casos registrados da doença. O controle do carrapato-estrela e a prevenção da febre maculosa continuam sendo desafios significativos, que exigem a cooperação entre as autoridades de saúde e a conscientização da população.
Diante do cenário atual, é essencial que as autoridades de saúde intensifiquem as medidas de prevenção e conscientização, destacando a importância de evitar áreas de risco, adotar medidas de proteção pessoal e procurar atendimento médico imediato em caso de suspeita da doença. A colaboração entre o governo, instituições de saúde e a comunidade é fundamental para enfrentar esse desafio e proteger a população de Campinas e região.