É comum abordarmos a diversidade no trabalho considerando fatores como raça, gênero, orientação sexual e classe social. No entanto, e quanto às diferentes idades? A presença de gerações distintas no mesmo espaço tem se tornado um pilar crucial para a promoção da Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI).
Dificuldades para Profissionais Seniores no Mercado de Trabalho
Apesar de serem peças fundamentais no mercado de trabalho, profissionais seniores enfrentam desafios significativos para serem contratados. Uma pesquisa realizada em outubro pela Robert Half, em parceria com a startup Labora, revelou que, nos últimos dois anos, profissionais com mais de 50 anos representaram apenas 5% das contratações em mais de 70% das empresas pesquisadas. Nas grandes corporações, mais de 50% não implementam iniciativas de conscientização sobre diversidade geracional.
Débora Diniz, especialista em diversidade e gerente de parcerias estratégicas na Robert Half, destaca a relevância desse tema no contexto brasileiro. Ela aponta que muitos só conseguem acessar o ensino superior ou realizar transições de carreira após atingirem certa idade. As gerações presentes no mercado de trabalho atual são os Baby-boomers, X, Y (Millennials) e Z.
Importância da convivência entre gerações
A intergeracionalidade é crucial para enriquecer o ambiente de trabalho. A diversidade de vivências, bagagens e histórias de vida promove a pluralidade de ideias. Profissionais mais experientes identificam problemas com facilidade, enquanto os mais jovens, nativos digitais, trazem familiaridade com tecnologias avançadas. A empresa se beneficia ao atrair e reter talentos, apostando na complementaridade entre diferentes gerações.
Estereótipos Geracionais na Prática
No entanto, na prática, muitas empresas e colaboradores recorrem a estereótipos geracionais ao tomar decisões. A crença de que os jovens carecem de credibilidade ou são preguiçosos, assim como a visão ultrapassada atribuída aos mais velhos, impacta desde o processo de recrutamento até a dinâmica interna das organizações.
Débora Ribeiro destaca que esses estereótipos geracionais prejudicam o clima organizacional, gerando antagonismos entre colaboradores de diferentes idades. Isso afeta negativamente o trabalho em equipe, a aprendizagem e aumenta as chances de saída de profissionais.
Conflitos Geracionais e Impactos nas Empresas
A desarmonia entre colaboradores pode reduzir o potencial de criação e inovação em um mercado cada vez mais competitivo, impactando financeiramente as empresas. Além disso, experiências negativas e a visão de uma equipe homogênea podem afastar talentos.
Estratégias para Reduzir Conflitos Geracionais
Tanto colaboradores quanto empresas podem adotar medidas para reduzir conflitos geracionais:
Pelos Colaboradores:
1. Manter a mente aberta para a diversidade.
2. Investir no autoconhecimento para compreender as diferenças.
3. Promover respeito e convivência amistosa, buscando entender as perspectivas alheias.
Pela Empresa:
1. Educar os funcionários sobre estereótipos geracionais.
2. Criar canais de comunicação diversos para atender às diferentes gerações.
3. Estimular a mentoria bilateral entre colaboradores de diferentes idades.
4. Implementar programas de atração de talentos seniores.
A promoção da intergeracionalidade não apenas enriquece o ambiente de trabalho, mas também contribui para o crescimento sustentável e inovador das empresas.