Com dificuldade para atrair novos visitantes, Disney decide dobrar sua aposta e fazer o dobro de investimentos em novas atrações
Quando a Disney anunciou no ano passado um plano ousado de investir US$ 60 bilhões (cerca de R$ 329 bilhões) na expansão de seus parques, a reação inicial dos investidores foi de ceticismo. O preço das ações despencou, refletindo as dúvidas sobre a viabilidade de um investimento tão colossal em meio a um cenário de incertezas econômicas e queda nas vendas de ingressos.
No entanto, a Disney decidiu dobrar a aposta. Mesmo enfrentando dificuldades para atrair visitantes devido à inflação elevada nos Estados Unidos, a companhia revelou recentemente detalhes de sua ambiciosa expansão bilionária, mostrando que está determinada a manter sua liderança no entretenimento global.
O Magic Kingdom, um dos parques mais icônicos da Disney na Flórida, passará por sua maior atualização em 53 anos. Os investimentos, que inicialmente estavam estimados em US$ 60 bilhões, deverão ultrapassar esse valor, com a previsão de que os novos espaços e atrações sejam entregues nos próximos dois anos.
Entre as novidades anunciadas estão espaços e brinquedos inspirados em vilões clássicos da Disney, além de atrações baseadas em filmes da Pixar, como “Carros”. Também estão previstas uma montanha-russa temática do filme “Monstros S.A.” e outra inspirada no “Homem-Aranha”, além de uma atração aquática de “O Rei Leão”.
A expansão não se limita à Flórida. Na Califórnia, o parque receberá dois novos brinquedos de super-heróis, uma atração aquática baseada no sucesso “Avatar” e outra inspirada no filme “Viva, a vida é uma festa”.
Além dos parques temáticos, a Disney também está investindo pesado em sua frota de cruzeiros. Serão construídos quatro novos navios, além dos quatro já anunciados anteriormente, quase triplicando sua frota até 2031.
Essa expansão marítima reforça a estratégia da empresa de diversificar suas fontes de receita. Os parques temáticos, juntamente com os navios de cruzeiro, têm se mostrado cada vez mais importantes para as finanças da Disney.
Em 2023, esses segmentos contribuíram com impressionantes 70% do lucro da empresa. Há apenas dez anos, essa participação era de 30%, período em que o faturamento com TV ainda era predominante.
Paralelamente aos investimentos em parques, a Disney também tem colhido frutos de sua aposta no streaming. O crescimento das assinaturas de serviços como Disney+, Hulu e ESPN ajudou a compensar a receita mais fraca dos parques nos últimos meses.
Pela primeira vez, as três marcas registraram um lucro combinado de US$ 47 milhões (R$ 258 milhões). O Disney+ encerrou o último trimestre com 153,8 milhões de assinantes em todo o mundo, um aumento de 200 mil em relação ao trimestre anterior, demonstrando a força contínua da plataforma no mercado global.
Com essa combinação de expansão física e fortalecimento digital, a Disney está traçando um caminho ambicioso para o futuro, reafirmando sua posição como líder no setor de entretenimento. Mesmo diante de desafios econômicos, a empresa está apostando alto para continuar encantando milhões de fãs ao redor do mundo.