Maceió Está Afundando

A cidade de Maceió (AL) encontra-se em estado de emergência desde quarta-feira (29) devido a tremores de terra nas proximidades de uma mina operada pela petroquímica Braskem. A empresa realizava a extração de sal-gema em 34 poços na cidade até 2019, sendo esse material utilizado na produção de PVC e soda cáustica.

Os primeiros tremores, que resultaram em rachaduras e afundamento do solo em ruas, foram registrados em março de 2018. Desde então, aproximadamente 60 mil pessoas foram obrigadas a evacuar suas residências na capital alagoana.

O foco da emergência é a Mina 18 da Braskem, situada a mil metros de profundidade no bairro do Mutange, que apresenta risco iminente de colapso. O solo afundou 1,69 metros entre 28 de novembro e domingo (3), conforme informações da Defesa Civil, resultando no isolamento da área circundante à mina. A Braskem reporta que 100% dos imóveis nas zonas de risco designadas pelos mapas foram evacuados.

A origem dos tremores está associada à exploração mineral da Braskem em uma área de falha geológica, conforme apontado pelo Serviço Geológico do Brasil, vinculado ao Ministério das Minas e Energia (MME). A atividade da petroquímica na região teve início em 1979 e perdurou até maio de 2019, sendo interrompida um dia após a divulgação do laudo pelo Serviço Geológico.

As autoridades locais têm implementado medidas emergenciais, incluindo o deslocamento da população afetada, preparação de abrigos, disponibilização de leitos em unidades de saúde, equipes de limpeza urbana e distribuição de cestas básicas. O governo federal, segundo o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), mantém vigilância sobre a situação e está pronto para adotar medidas emergenciais.

Em comunicado, a Braskem assegurou estar monitorando atentamente a situação da Mina 18 e tomando todas as providências para minimizar possíveis impactos. A empresa destaca o andamento do plano de fechamento definitivo dos poços de sal, aprovado pela Agência Nacional de Mineração (ANM), com previsão de conclusão para meados de 2025 e um progresso registrado de 70%.

 

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