O renomado dramaturgo Zé Celso Martinez Corrêa, infelizmente, faleceu em São Paulo. Sua partida deixa um vazio no mundo das artes, onde ele era reconhecido por sua genialidade e contribuições valiosas.
Zé Celso havia sido internado recentemente, após sofrer queimaduras graves em um incêndio em seu apartamento. O acidente chocou a comunidade teatral e seus fãs, que se uniram em apoio durante esse difícil período.
Sua morte é uma grande perda para a cultura brasileira e seu legado será eternamente reverenciado. Descanse em paz, Zé Celso Martinez Corrêa.
Veja sobre a Carreira de Zé Celso
Zé Celso, um dos diretores mais importantes e influentes do teatro brasileiro, tem uma trajetória de vida fascinante. Seu nome completo é José Celso Martinez Corrêa e ele nasceu em Araraquara, interior de São Paulo, em 1937.
Desde cedo, Zé Celso demonstrou um amor e talento para as artes. Durante sua juventude, foi membro de um grupo de teatro amador em sua cidade natal. Em 1958, mudou-se para a capital paulista e começou a estudar na Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (USP), onde se formou em 1961.
Foi nessa época que Zé Celso teve seu primeiro grande contato com o teatro experimental e vanguardista. Inspirado pelo movimento teatral conhecido como Oficina, influenciado pelo teatro do absurdo e pela estética do Living Theatre, Zé Celso fundou o Grupo Oficina em 1958. Essa companhia teatral revolucionou o panorama teatral brasileiro, trazendo influências do teatro épico de Bertolt Brecht e a liberação do corpo e da voz dos atores.
Com Zé Celso como diretor artístico, o Grupo Oficina levou a cena peças marcantes, como “Os Pequenos Burgueses”, de Máximo Gorki, e “Roda Viva”, escrita pelo próprio Zé Celso e considerada um marco na história do teatro brasileiro. A montagem de “Roda Viva” rendeu ao diretor um processo e um longo período de censura durante a ditadura militar, mas também marcou seu nome como uma figura de resistência e luta pela liberdade artística.
Além de seu trabalho com o Grupo Oficina, Zé Celso também se aventurou como diretor de cinema, com destaque para seu filme “O Rei da Vela”, de 1982, uma adaptação da peça homônima de Oswald de Andrade. O filme foi muito elogiado pela crítica e contribuiu para a consolidação da estética do teatro do grupo no cinema.
Ao longo de sua carreira, Zé Celso acumulou diversos prêmios e reconhecimentos, tanto no Brasil quanto internacionalmente. Em 2012, foi agraciado com o Prêmio Shell de Teatro na categoria “Inovação” por seu trabalho no espetáculo “Os Sertões”. Também recebeu o título de “Doutor Honoris Causa” pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 2018, em reconhecimento à sua contribuição para a cultura brasileira.
Zé Celso é conhecido por sua energia e paixão pelo teatro, sempre buscando romper fronteiras e experimentar novas formas de expressão. Sua entrega e devoção à arte refletem-se nas montagens teatrais do Grupo Oficina, que até hoje são marcadas pela intensidade emocional e pela busca constante por uma renovação estética.
Com uma carreira que já ultrapassa seis décadas, Zé Celso continua ativo e inspirando novas gerações de artistas. Seu trabalho incansável em prol da liberdade de expressão e da arte como ferramenta de transformação social faz dele uma figura fundamental e eterna no cenário teatral brasileiro.