Notícias

Sorocaba recebe palestra de Rodrigo Spada sobre Reforma Tributária

O Programa Junior Mosko Revela e Editora News realizaou a cobertura da importante Palestra de Rodrigo Spada, sobre a Reforma Tributária, este evento também contou com a doação de R\$ 122,8 mil para entidades assistenciais da região, por meio do Fundafresp

Sorocaba recebeu, nesta quarta-feira (5), no Centro Cultural Sesi, a palestra “O futuro de São Paulo pós-Reforma Tributária no Brasil”, ministrada pelo auditor fiscal Rodrigo Spada, presidente da Febrafite (Associação Nacional de Fiscais de Tributos Estaduais) e da Afresp (Associação dos Auditores Fiscais do Estado de São Paulo). O evento destacou os principais desdobramentos da maior mudança no sistema tributário brasileiro das últimas décadas, além de promover um momento de responsabilidade social com a entrega de R\$ 122,8 mil em doações para entidades assistenciais da região.



Com papel ativo nos debates técnicos e políticos que levaram à aprovação da reforma no Congresso Nacional, Spada apresentou uma análise aprofundada sobre o tema, ressaltando que “a reforma não é de um governo, é do Brasil”. Segundo ele, a proposta só avançou graças a um pacto federativo amplo, que envolveu diferentes esferas de poder, setores econômicos e a sociedade civil.

Reprodução.

Durante sua fala, Spada explicou que a reforma se tornou inevitável diante da necessidade de superar o que chamou de “manicômio tributário”. Para ele, o atual modelo prejudica todos os envolvidos:
“Perdem os contribuintes, que enfrentam custos elevados de conformidade e litigiosidade; perde o Fisco, que aplica uma legislação perversa e disfuncional; e perde a sociedade, que não consegue ter clareza sobre quanto paga de imposto e para onde vai esse dinheiro.”

Impactos para o cidadão e as empresas

Ao ser questionado sobre como o cidadão comum sentirá os efeitos da reforma, o auditor destacou que os impactos variam conforme a cesta de consumo de cada pessoa.
“Em regra, serviços ficarão um pouco mais caros e bens e mercadorias, mais baratos”, explicou. “Estamos simplificando: hoje há diferentes impostos para serviços e produtos. Com a reforma, haverá um único tributo, garantindo isonomia.”

Para os pequenos empresários, Spada foi enfático: “A reforma simplifica para todos. Mais de 90% das empresas estão no Simples Nacional, que será preservado. Além disso, os empresários terão liberdade para escolher o regime que melhor se adequa aos seus negócios”.

Reprodução.

Benefícios para São Paulo e municípios

Segundo Spada, São Paulo será um dos estados mais beneficiados com a reforma.
“São Paulo é o estado mais prejudicado pela guerra fiscal. Sem esses privilégios, as empresas vão se instalar onde há eficiência econômica, infraestrutura e mão de obra qualificada — e São Paulo é exemplo nesses quesitos”, afirmou.

De acordo com ele, simulações indicam que o estado tende a ganhar 3,78% de arrecadação em 10 anos, sem aumento de carga tributária.

Os municípios também devem ser beneficiados. “A maioria dos municípios paulistas vai ganhar, pois a economia deve crescer cerca de 12% em 15 anos, o que aumenta a arrecadação”, disse. Como exemplo, citou que Sorocaba terá um aumento estimado de 2% na arrecadação. No entanto, mencionou que algumas cidades muito pequenas, mas com alta concentração industrial, como Alumínio, podem perder arrecadação.



Manutenção da carga tributária e combate às desigualdades

Spada fez questão de esclarecer que a reforma não trará aumento disfarçado de impostos: “O modelo criado é de entrada gradual do novo imposto e retirada proporcional dos antigos, mantendo a arrecadação estável”, explicou. “Começamos com uma alíquota pequena para testar, e, ao mesmo tempo, reduzimos outros tributos. É um modelo de ‘in-out’ — entra um imposto e sai outro.”

Além disso, destacou que o novo sistema deve diminuir as diferenças regionais e criar mais eficiência econômica. “Hoje, empresas se instalam em locais sub-ótimos, apenas por incentivos fiscais, o que gera custos logísticos e de produção. Com a reforma, as empresas tendem a se instalar onde realmente faz sentido, fortalecendo a competitividade do país.”

Como exemplo, mencionou casos como farmacêuticas que se mudaram para Goiás ou montadoras para o Nordeste, apenas em busca de benefícios fiscais: “São Paulo dá incentivo para frigorífico, mas não tem mais boi há muito tempo”, ironizou.

Responsabilidade social

Além da palestra, o evento foi marcado por uma ação de responsabilidade social, com a entrega de R\$ 122,8 mil em doações para cinco entidades assistenciais da região, por meio do Fundafresp (Fundo de Assistência Social da Afresp). As entidades beneficiadas foram:

  • Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Porto Feliz: R\$ 49,2 mil para construção de três banheiros;
  • Casa de Apoio e Inclusão Social Amor Divino (CAIS/AD), de Pilar do Sul: R\$ 25,3 mil para aquisição de ar-condicionado e placas fotovoltaicas;
  • Centro Comunitário Padre Luiz Scrosoppi – Projeto Alegria, de Votorantim: R\$ 30 mil para instalação de sistema de energia solar;
  • Casa Cattani, de Sorocaba: R\$ 12 mil;
    APAE de Votorantim: R\$ 6 mil.

“A atuação da Afresp é para São Paulo, não apenas para os Auditores Fiscais da Receita Estadual”, destacou Spada. “Nosso compromisso com a sociedade vai além da arrecadação justa e eficiente. É motivo de orgulho ver tantos colegas engajados, de forma solidária e voluntária, em ações que promovem dignidade e amparo a quem mais precisa.”